As férias estão me fazendo ficar um pouco de fora de assuntos interessantes para eu divagar por aqui, estou mais repensando fatos pessoais e não gosto de escrever sobre isso, além disso meu contato com muitas pessoas diminui nessa época e 'gente' que me inspira, normalmente.
Porém, uma personagem imaginária, e de muito sucesso, me fez analisar o que vivemos hoje de outra maneira, a Mafalda. Um personagem criado pelo Quino para os quadrinhos de jornais que acredito que todos já ouviram falar pelo menos uma vez na vida. É claro que aqueles que conhecem um pouco - isso significa só leu algo em alguma gramática da escola - que seja desta garotinha saberá que ela tem esse lado de crítico sobre a realidade em que vive, ou seja, no período em que o Quino a desenhava quase como uma máquina.
Para quem não sabe a Mafalda, como conhecemos hoje, nasceu em 1969 - mesmo seu desenho já existindo anos antes - e a maior parte da sua obra foi criada no meio de problemas sérios ocorrendo no mundo, talvez até um dos períodos mais tensos da nossa História, no contexto de Guerra Fria e Guerra Civil. Onde o que predominava era a idéia de que a qualquer momento um dos lados iria jogar uma bomba capaz de destruir o mundo. Essas informações superficiais que estou dando são baseadas nas tiras da Mafalda, que não deixam de ser um documento sobre a sociedade da época.
A fragilidade com que nos aparece a Terra só pode ser vista como o começo do fim, mais uma vez, o Mundo está acabando. É, mais uma vez. A noção de fim do mundo sempre me pareceu perigosa, pois desde o ano 1000 d.C. que as pessoas acham que o fim está próximo - não foi assim em 2000/2001?! Mas nunca tinha parado para pensar nessa mesma idéia de fragilidade durante a Guerra Fria. Pode até ser meio óbvio (e é!), mas a questão está em como a nossa visão é muito análoga com as daquelas pessoas dos anos 60/70. Obviamente, o período de tempo não tão distante assim - tanto que os problemas climáticos já eram discutidos -, mas a certeza de um fim próximo era tão palavreada quanto hoje. Se formos pensar talvez estivesse mais próximo mesmo, uma bomba nuclear destruiria de uma forma inimaginável, ou melhor, destruiu. A sorte (ou azar?) que não foi o mundo inteiro.
No entanto, não estou querendo dizer que problemas climáticos não existem e que não devemos fazer nada, pelo contrário, sei que as conseqüências serão enormes e também sei que mudanças grandes não irão ocorrer no tempo necessário - assim como a Mafalda sou bastante cética quando se trata da humanidade. Ainda assim, não acredito que o mundo vá acabar ou que nós vamos entrar em extinção, nesta questão em tenho sérias dúvidas. Porém, falar nesses extremos é importante para tentar fazer com que líderes 'cabeças-duras' desse mundo afora também se amedrontem. Mesmo Conpenhage mostrando que isso não irá ocorrer.
Uma defesa ao fim do mundo para que este não aconteça.