quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Modernidade


" eu começo a sentir a embriaguez a que essa vida agitada e tumultuosa me condena. Com tal quantidade de objetos desfilando diante dos meus olhos, eu vou ficando aturdido. De todas as coisas que me atraem, nenhuma toca meu coração, embora todas juntas pertubem meus sentimentos, de modo a fazer que eu esqueça o que sou e qual o meu lugar"



Trecho do livro " A nova Heloísa" de Rousseau

terça-feira, 22 de junho de 2010

Um caso de amor


Comecei aos poucos, como ainda era muita nova não tinha clara noção daquilo que sentia. Dentro de sala de aula me pegava pensando só naquilo, uma paixão já forte, porém sem muita consciência.

Com o passar do tempo, vamos deixando sonhos infantis de lado e pensando em um futuro mais seguro. Assim, passei pelo Ensino Médio deixando aquela paixão de lado, ou melhor, utilizando-a para chegar naquilo que eu acreditava ser o amor. Os três anos se passaram com os mesmos interesses de pequena, mas ainda via aquilo como a escada para algo maior - noção de grandeza bem alterada, percebo hoje.

Até que um dia praticamente bateram a minha porta me convidando para curtir minha antiga paixão ao máximo. Resolvi arriscar. Afinal, isso seria muito importante para aquele amor que eu acreditava ter, ainda passei seis meses a vendo como uma simples ponte.

No entanto, após esse tempo percebi o quanto estava envolvida com aquele mundo novo e como as novas categorias de pensamentos estavam me influenciando profundamente.

Foi nesse meio tempo que enxerguei com clareza que aquele sonho de menina ainda era o mesmo da mulher que se formava e que a paixão era na verdade um grande caso de amor.

Foi nesse meio tempo que comecei a levar a sério meu curso de História e hoje tenho a plena certeza de meus estudos na área são muito relevantes para eu me completar enquanto pessoa e também sei que se um dia tiver que trabalhar, em tempo integral, em outra área uma parte de mim estará sempre apagada.

Faço História. Para ser professor? Sim!

Mas, principalmente, para ser uma pessoa melhor e realizada.

E sei que se todos os profissionais amassem seu trabalho dessa forma muito coisa estaria diferente.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Uma pessoa


É incrível como uma pessoa pode ser um ponto longe, mas também poe ser um mundo todo. Eu como uma pessoa, isolada e distante de tudo, penso e imagino como um estádio lotado e aos gritos. Uma multidão ao meu redor e sinto falta de uma pessoa. Aquilo que talvez seja criatividade, isto que talvez seja saudade.

Não importa se sou apenas uma, consigo nesta satisfazer milhares de mim. Não importa a quantidade de gente, em cada momento e sensação é de uma pessoa que sentirei falta, isto não significa exclusividade apenas unidade. Ou seja, aproveitar as dezenas de pessoas ao meu redor como um ser único. Só assim encontrarei o ser humano que cada um possui.



Mesmo a humanidade me cansando, ela também me fascina.



Luisa Cutrim 03.03.2010

domingo, 11 de abril de 2010

Menos beleza no salão de beleza

Eu já fiz um breve cometário sobre como odeio salão de beleza. Porém, minha última experiência vai deixar isso mais claro..

Em um lindo sábado pela manhã sou acordada pela minha mãe para ir ao salão perto de casa. O problema já começou, pois só por ser acordada OITO da manhã do sábado já deixaria qualquer um p*davida! Agora ter chegado em casa quatro e ainda pr ir ao salão é muito para mim!

Tudo bem, fui lá com minha mãe abrir o salão praticamente, essa era ideia para não esperar. Realmente não esperei, a atenciosa cabelereira [aqueelas que te chamam de amor e bebê e ninguém suporta] me chamou logo para lavar o cabelo.
Essa com certeza é a pior parte.
Além daquelas cadeiras serem, COM TODA CERTEZA, de pura tortura, já que tu sente o pescoço quase quebrando. Precisava me concentrar para isso não acontecer, me acustumar com água fria na cabeça de uma quase zumbi de sono e ainda por cima fingir que não escutava aquela mulher falando do meu ouvido com os apelidinhos e o sotaque que mais odeio na vida, mineiro!
Certo, essa fase passou. Fui esperar o creme fazer efeito no cabelo.
Aí começou outro problema, minhas opções de passatempo - já que dormir não dava - era o program de fofoca da tv ou a revista de fofoca. Como sou uma pessoa MUITO otimista resolvi pegar uma revista, pois sempre acredito que naquelas letrinhas miudas vou achar alguma coisinha interessante, doce ilusão. Acabei me estressando de tanto ler que ' nãoseiquem tomou água de coco na praia, deu um beijo no namorado e foi embora' , isso é assunto para se escrever??! até minha vida é mais emocionante!
Bom, após esses momentos de puro relaxamento fui secar o cabelo. Outra tortura. Cabelo sendo puxado, junto com ar quente de secador e mais o barulho insuportável. Fico imaginando, já refizeram o Big Ben e não conseguiram tirar a zuada daquele trambolho???! Por quê? Por quê??
Mais uma vez foi uma briga entre o meu sono lindo contra puxões, quentura e zuada. Um belo e cansativo embate!!!
Maaaaaas, como tuda na vida, uma hora acaba! Não digo que durou pouco porque não durou.
Depois dos prazeres do salão fui quase correndo pra casa tentar descansar, porque o cabelo até que ficou bonito, mas meu rosto.....triste!

Logo: tenho certeza que a minha beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Fim do Mundo com Mafalda



As férias estão me fazendo ficar um pouco de fora de assuntos interessantes para eu divagar por aqui, estou mais repensando fatos pessoais e não gosto de escrever sobre isso, além disso meu contato com muitas pessoas diminui nessa época e 'gente' que me inspira, normalmente.

Porém, uma personagem imaginária, e de muito sucesso, me fez analisar o que vivemos hoje de outra maneira, a Mafalda. Um personagem criado pelo Quino para os quadrinhos de jornais que acredito que todos já ouviram falar pelo menos uma vez na vida. É claro que aqueles que conhecem um pouco - isso significa só leu algo em alguma gramática da escola - que seja desta garotinha saberá que ela tem esse lado de crítico sobre a realidade em que vive, ou seja, no período em que o Quino a desenhava quase como uma máquina. 

Para quem não sabe a Mafalda, como conhecemos hoje, nasceu em 1969 - mesmo seu desenho já existindo anos antes - e a maior parte da sua obra foi criada no meio de problemas sérios ocorrendo no mundo, talvez até um dos períodos mais tensos da nossa História, no contexto de Guerra Fria e Guerra Civil. Onde o que predominava era a idéia de que a qualquer momento um dos lados iria jogar uma bomba capaz de destruir o mundo. Essas informações superficiais que estou dando são baseadas nas tiras da Mafalda, que não deixam de ser um documento sobre a sociedade da época.

Com esse pequeno esboço não quero fazer uma discussão marxista sobre se ela é ou não burguesa ou coisas do tipo, o que prendeu minha atenção com as várias passagens sobre os problemas enfrentados no período é justamente como a sociedade daqueles anos viam a sua situação perante o mundo. Nesse mesmo caminho o paralelo com as dificuldades atuais é inevitável, qual assunto não gera mais polêmica e, muitas vezes, o medo senão a situação climática?

A fragilidade com que nos aparece a Terra só pode ser vista como o começo do fim, mais uma vez, o Mundo está acabando. É, mais uma vez. A noção de fim do mundo sempre me pareceu perigosa, pois desde o ano 1000 d.C. que as pessoas acham que o fim está próximo - não foi assim em 2000/2001?! Mas nunca tinha parado para pensar nessa mesma idéia de fragilidade durante a Guerra Fria. Pode até ser meio óbvio (e é!), mas a questão está em como a nossa visão é muito análoga com as daquelas pessoas dos anos 60/70. Obviamente, o período de tempo não tão distante assim - tanto que os problemas climáticos já eram discutidos -, mas a certeza de um fim próximo era tão palavreada quanto hoje. Se formos pensar talvez estivesse mais próximo mesmo, uma bomba nuclear destruiria de uma forma inimaginável, ou melhor, destruiu. A sorte (ou azar?) que não foi o mundo inteiro.

No entanto, não estou querendo dizer que problemas climáticos não existem e que não devemos fazer nada, pelo contrário, sei que as conseqüências serão enormes e também sei que mudanças grandes não irão ocorrer no tempo necessário - assim como a Mafalda sou bastante cética quando se trata da humanidade. Ainda assim, não acredito que o mundo vá acabar ou que nós vamos entrar em extinção, nesta questão em tenho sérias dúvidas. Porém, falar nesses extremos é importante para tentar fazer com que líderes 'cabeças-duras' desse mundo afora também se amedrontem. Mesmo Conpenhage mostrando que isso não irá ocorrer.

Uma defesa ao fim do mundo para que este não aconteça.